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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Conflitos e comportamento de evangélicas


Você já se perguntou até que ponto suas escolhas, inclusive as que estão ligadas à sexualidade, são regidas por sua fé? É bem provável que sim. O psicólogo Adventista Virgílio Gomes do Nascimento, além de fazer a pergunta, foi atrás da resposta. Formado em Psicologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, ele trabalha com aconselhamento de casais e famílias desde 1991. Recentemente, Nascimento defendeu, no mestrado em Sexologia da Universidade Gama Filho, a seguinte dissertação: Norma e transgressão da sexualidade: uma pesquisa acerca dos transtornos sexuais femininos e conflitos entre atitude e comportamento sexual num grupo de mulheres evangélicas do Grande Rio de Janeiro.
O estudo, feito durante dois anos e meio, foi motivado pelas experiências profissionais e ministeriais de Nascimento. “Em atendimento psicológico no Hospital Moncorvo Filho, no Rio de Janeiro, ouvia de meus colegas comentários sobre a dificuldade de tratar mulheres evangélicas. Era como se elas fossem mais ‘problemáticas’ que as outras”, afirma ele. Uma outra inquietação do pesquisador é a falta de debate sobre esse assunto na comunidade evangélica, resultando em uma grande escassez de informação sobre o tema. E, por fim, a falta de preparo de pastores e líderes para atender e aconselhar mulheres em questões sexuais.

Elas foram desafiadas a falar sobre dúvidas e pontos específicos que Para iniciar a pesquisa, ele entrevistou 40 mulheres evangélicas sobre o assunto. relacionassem sua sexualidade à sua fé. A partir dessas entrevistas, foram listados 27 assuntos, divididos em seis categorias: sexo antes do casamento, inovação nas práticas sexuais, manutenção do relacionamento conjugal, comportamento assertivo e submisso-autoritório, influência do moralismo-religiosidade, possibilidade de disfunções sexuais.
Essas seis categorias originaram 135 perguntas, reunidas em um questionário que foi respondido por 400 mulheres: 80 assembleianas, 80 batistas, 80 metodistas, 80 presbiterianas e 80 adventistas. Todas elas maiores de 18 anos, membros de igreja e moradoras de municípios do Rio de Janeiro e Grande Rio (Belford Roxo, Nova Iguaçu, Nilópolis e Mesquita). A escolha dessas denominações foi motivada pelo fato de serem históricas e mais tradicionais, o que significa doutrinas mais estáveis e constantes.
TABUS
No trabalho, primeiro foram analisadas as normas, em seguida, a atitude das fiéis em relação a estas normas. Após isso, a prática destas normas e, por fim, o resultado. O que se viu é que, embora em concordância com os preceitos apresentados pela Igreja, a mulher evangélica nem sempre os pratica. Na questão do sexo pré-matrimonial, por exemplo, cerca de 70% em todas as denominações concordam que a mulher deve casar-se virgem. Mas quando a pergunta quer saber quem se casou virgem, as respostas são bem diferentes. Menos da metade de todas as denominações, com exceção da metodista, indicou assim: 40% das assembleianas, 47,3% das adventistas, 48,2% das batistas, 44,1% das presbiterianas e 58,2% das metodistas.
De uma maneira geral, elas reconhecem a importância de seguir o credo religioso, mas na prática agem contrariamente ao discurso religioso oficial. “Essa situação dissonante, constantemente empurra o indivíduo para conflitos graves, intervindo na qualidade de sua vida sexual, podendo vir a se configurar num distúrbio de natureza sexual”, diz o terapeuta. Ele explica que o contexto cultural funciona como uma lente através da qual podemos ver o mundo. O indivíduo fica condicionado a reagir dentro de padrões manifestos pela maioria da comunidade. “E essas normatizações de convívio apresentaram-se como instrumentos de controle da sexualidade”, completa. Segundo os dados da pesquisa, enquanto, numa média geral, 60% das mulheres disseram já ter praticado sexo anal, quase 30% se dizem culpadas por tê-lo feito.

Virgílio Nascimento: “A mulher crente passa por um
momento de profundas reavaliações de seu papel
sociorreligioso-sexual, confrontando-se com aspectos tradicionais

Por outro lado, o psicólogo explica ainda que algumas dessas mulheres entrevistadas devem também pautar suas condutas por outros referenciais socioculturais e não só os religiosos, mesmo que cerca de 80% tenham afirmado que a religião orienta toda sua vida. Isso também pode ser visto na medição em que elas são levadas a responder se as práticas sexuais devem estar de acordo com as orientações da fé religiosa. Disseram sim 84,4% das assembleianas, 90,7% das adventistas, 71,6% das batistas, 84,8% das metodistas e 80,5% das presbiterianas.


DISFUNÇÕES

Há uma certa resistência com relação às inovações das práticas sexuais. O sexo com penetração vaginal é considerado, quase em absoluto, o que mais excita, e o anal o que menos provoca essa sensação. A pesquisa também revelou as principais disfunções encontradas entre as evangélicas: 10% têm dificuldades em ter desejo sexual, 6,3% apesentam dificuldades no momento de manter a excitação, 14,5% não vivenciam o orgasmo, 8% sentem freqüentemente dor na relação sexual e 4% não conseguem ter penetração.
Para Virgílio Nascimento, esse material não encerra a questão. Ao contrário, apenas abre. Tanto que já está se preparando para o doutorado na mesma área. Na opinião dele, as conclusões e apontamentos trazidos por seu estudo devem ser trabalhados pela liderança das igrejas e por profissionais que tratam de mulheres evangélicas. “É importante que os líderes religiosos reflitam sobre os resultados e percebam as discrepâncias entre o púlpito e o quarto do casal. Que os discursos se atualizem dentro do contexto social atual, trazendo respostas equilibradas e sensatas à membresia”, defende.
Sobre o uso da pesquisa por parte dos profissionais, ele comenta ainda que, em determinado momento, será importante para o terapeuta deter algum conhecimento da dinâmica das normas e crenças religiosas na vida da paciente evangélica. Hoje, pontua o psicólogo, a mulher crente passa por um momento de profundas reavaliações de seu papel sociorreligioso-sexual, confrontado-se com aspectos tradicionais milenares e demandas atuais. Isso a inclui numa nova realidade do papel feminino, que de certo modo interfere na interpretação de suas crenças religiosas e vivência de práticas sexuais, por vezes colocando-a em situações conflituosas. “O fato é que elas merecem, como todos, descobrir um caminho equilibrado, acolhedor e abençoado para o exercício pleno de sua realidade”, finaliza.

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Artigo da Revista

Postado por advir em Friday, December 09 @ 05:52:36 CST

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